Culto da Colheita - 2009

10-08-2011 14:45

 

Mensagem:


Quando se fala em sertão nordestino, a primeira imagem que vem a mente de muita gente é a de uma vaca morta de sede, ou um pé de mandacaru no meio de um cenário desolado, ou um menino "buchudo" chorando com fome, ou ainda a de uma ossada de uma rês morta de sede. É, praticamente, só isso que as pessoas se lembram, porque é isso que os meios de comunicação divulgam amplamente, já que as matérias que mostram a miséria alheia costuma vender bem. Existe fome no sertão? Existe sede no sertão? Existe seca no sertão? Claro que sim! Mas, será que o sertão é só fome, é só sede, é só seca ou é só miséria?

De outra sorte, é fato que a abundante graça de Deus é comum e esta é dispensada com generosidade a todos igualmente, inclusive aos sertanejos.

A mão graciosa do Senhor tem alcançado a muitos sertanejos, salvando-os e fazendo,verdadeiramente, prosperarem.

Culto da Colheita". Uma programação realizada por congregações irmãs (15 ao todo), todas filhas do trabalho da Igreja Presbiteriana do Sítio Inveja, pastoreadas pelo Rev. José Gomes de Sá, carinhosamente conhecido por Pr. Neto. Todos que ali chegavam, traziam em seus corações gratidão a Deus pelas chuvas regulares que têm caído em quase todo sertão nos últimos anos, proporcionando uma colheita abundante. Isso mesmo! gente da terra, trazendo a um culto ao Criador da terra, alimentos que eles produziram e preparam, para partilharem generosamente com irmãos e amigos. Aquele povo sertanejo, que a imprensa reluta em mostrar, é uma gente feliz que, com muita satisfação, adora a Deus pelos frutos do suor dos seus rostos e pela Sua generosa mão, que tem dado Chuva, saúde e terra.

Muita gente esteve ali, portanto, muita comida chegava em panelas, tigelas, sacos e travessas.

Porém, existe festa de crente sem a mensagem da cruz?

O desejo era um só, queriam, além de agradecer ao Senhor da Seara pela Sua infinita bondade, partilhar o Pão do Céu, o verdadeiro "pão nosso de cada dia" com aqueles que ainda não O têm.

Deus, por sua vez, ligou a festa que ali ocorreu a uma outra lá no céu, pois alguns dos presentes, ainda não convertidos, após a mensagem, na hora do apelo, levantaram suas mãos aos céus dizendo: "Sim, eu recebo à Jesus como meu Senhor e Salvador". E o culto de ações de graças pela colheita dos frutos da terra foi coroado com colheita para o Reino do Céu - Não poderia ser melhor, não poderia ser de outra forma, pois Deus estava presente. Tão presente que quase que podíamos vê-lo ou mesmo tocá-lo, tamanha era a satisfação e gozo que sentíamos em nossa alma.

Depois do culto, ao som de muita música, a mesa farta (enorme mesa farta) foi dividida entre todos os presentes, que comeram suas porções de especial sabor nordestino. Milho cozinhado ou assado na brasa, pamonha, cangica, baião de dois, carne de sol, munguzá, buchada de bode, galinha de capoeira guisada ou assada, ovo de capoeira, bolo de milho, bolo de mandioca, pé-de-moleque, suco de pitanga, cuscuz, beju, bode guisado, charque assada... De dar água na boca! Ainda havia outras tantas apetitosas maravilhas, da saborosa culinária sertaneja. De forma que todos se fartaram e ainda sobejou.


A chuva veio pro sertão
que coisa linda de se ver
o capim brotou da cepa
se "espaiou" e onde era seca
fez o verde aparecer.

Verde que traz esperança
traz alento pro vaqueiro
pra caatinga ele "óia"
quase se vai da memória
o penar mais derradeiro.
Vai cantando uma toada
vai cantando uma canção
vai tocando a boiada
enquanto a terra "tá" "moiada"

enquanto não se seca o chão